Andador traz prejuízos para o desenvolvimento da criança 03/01/2014 - 07:00

Andador
A fisioterapeuta Heloísa Ivanoski com o paciente Matheus Wosniak

Uma liminar da Justiça de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, determinou a proibição da comercialização de andadores infantis no Brasil, porque nenhuma das marcas comercializadas no país estão dentro das normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A fisioterapeuta do Hospital Infantil, Fernanda Pfau Rosa, destaca que a equipe de fisioterapeutas do hospital sempre orientou os pais dos pacientes sobre os riscos do andador. “Nós recebemos com alívio a notícia da proibição da venda do produto porque o equipamento prejudica o desenvolvimento psicomotor das crianças e traz risco de acidentes”, explica.

Fernanda explica que a não recomendação do andador se deve principalmente ao grande risco de quedas e traumas, já que em muitos casos a criança fica sozinha no andador e acaba se aproximando de locais perigosos. “A falsa sensação de segurança faz com que os responsáveis deixem a criança sozinha para realizar outras atividades, e neste momento elas se aproximam de locais que antes não eram capazes, e os acidentes acontecem”.

Alterações ortopédicas de membros inferiores e as alterações da marcha também podem ser causadas pelo uso do andador. O desenvolvimento motor da criança pode ser afetado porque ela não tem controle completo de tronco. Para que a criança consiga andar, ela precisa passar por todas as etapas (sentar, engatinhar e ficar em pé) do desenvolvimento neurológico. “As crianças aprendem a ficar em pé ganhando força na musculatura e aprendendo a ter controle do deslocamento do centro de gravidade, coisas que não são possíveis com andador. Na fisioterapia usamos uma técnica com lençol para estimular a marcha. Envolvemos a criança com uma faixa larga ou lençol e deixamos ela conduzir o movimento”, conclui Fernanda.

Últimas Notícias