Asma: controle adequado é fundamental para a saúde da criança 17/09/2010 - 10:06

Esta semana, a revelação de que o famoso jogador David Beckham sofre de asma desde criança só confirma o que os especialistas afirmam para os pais: a criança asmática pode e deve praticar qualquer atividade física. “A asma é a doença respiratória mais frequente, principalmente entre crianças e adolescentes. Apesar de não ter cura, tem controle. Com as informações corretas, o asmático pode e deve ter uma vida completamente normal. E isso deve incluir a prática de qualquer esporte!”, diz a pneumologista Iara Fiks em seu livro Asma no Esporte.

Beckham foi visto usando bombinha durante a decisão final da Major League Soccer após ter crises de tosse. Seu agente, Simon Oliveira, confirmou ao jornal britânico Daily Mail que a estrela sofre da alergia desde criança e que isso nunca afetou o seu desempenho. “Ele nunca quis torna-la pública, mas, se isso inspira qualquer alérgico a pensar que ele pode conseguir grandes coisas como muitos outros atletas, ótimo”, disse.

A asma é uma inflamação das vias aéreas que pode tornar a respiração difícil e causar tosse, chiado e falta de ar. Quantos antes a criança iniciar o tratamento, maior a chance de ela não precisar de medicamento na vida adulta. Porém, só um especialista pode fornecer o diagnóstico preciso.

“Nem tudo o que chia é asma nem todo nariz escorrendo é rinite.” É assim que José Laerte Boechat, alergista, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ), começa a conversa com os pais. Fala-se tanto em alergia respiratória que muitas crianças chegam no consultório com o diagnóstico feito. Em casa!

A causa dos espirros e tosses
Além da poluição, a genética conta muito. Se um dois pais têm alergia, as chances do filho ter são de 70%. Se apenas um tiver, cai para até 40%. Os médicos estimam que 20% dos brasileiros tenham alguma alergia respiratória. Um estudo feito no Rio de Janeiro mostrou que esse índide diminuía 2% em crianças de 6 e 7 anos.

Sintomas mais comuns
Asma
• Pode ter falta de ar, chiado, tosse e aperto no peito.
• A prevenção é feita como na rinite. E é preciso ficar longe de fumantes. Durante a manutenção, que ocorre depois das crises, pode ser usado spray (a bombinha) e inalação.

Rinite alérgica
• Os sintomas mais comuns são coceira, coriza, obstrução nasal (o nariz entupido) e espirros frequentes.
• O jeito certo de fazer a prevenção é tirar tudo o que provoca as crises, como bichos de pelúcia. 

Casa antialérgica
• Deixe os cobertores guardados, e não estendidos
• Limpe o chão com pano úmido para não levantar pó
• Use persianas
• Fique atento aos fungos (as manchas escuras), eles desencadeiam crises de asma
• Deixe os ambientes bem ventilados e, se for necessário, compre um umidificador
• Para a faxina, além do detergente, tenha um produto para limpezas difíceis (ambos sem aroma)
• Para as roupas, use sabão (em pedra ou pó) e um alvejante neutro.

Vida social do bebê em alta
Um estudo da Universidade do Arizona (EUA), feito com 1.035 crianças de 6 a 13 anos, mostrou que a convivência com outras durante os seis primeiros meses de vida diminui a incidência de asma no futuro. Isso acontece porque o sistema imunológico fica mais preparado.

O resultado da homeopatia
Muitos pais que já fizeram esse tratamento a longo prazo garantem que dá resultado, sim. Mas ainda não existem estudos que comprovem os benefícios para crianças com problemas respiratórios. Os médicos alopatas não dizem nem sim nem não. A homeopatia pode até reduzir a gravidade de uma próxima crise. Mas, quando ela surgir, boa parte dos médicos recomenda o uso de remédios, que dão resultado em curto tempo.

Espirros x Gripe suína
Quem tem filhos com algum tipo de problema respiratório sabe que tosses e espirros são comuns. Com a epidemia da gripe A (H1N1), crianças com esses sintomas são mandadas de volta para casa. Para evitar essa situação, peça para o médico que acompanha o seu filho fazer um check-up e escrever um atestado. Deixe o documento na escola.

Não tenha medo de dar remédio
Ninguém gosta de dar um medicamento para o filho, e as dúvidas são muitas. Será que ele precisa (mesmo)? É seguro? O melhor é fazer todas as perguntas durante a consulta e pedir uma avaliação do custo-benefício. “A gente percebe que alguns pais não dão o remédio ou não dão a dose certa, com isso o quadro da criança pode piorar”, diz Emanuel Cavalcanti, alergista e pediatra, professor da Universidade Federal de Pernambuco (PE). O importante é não levar dúvidas para casa.

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