Diante de um bebê magro, muitas preocupações passam pela cabeça. Será que ele vai ganhar peso, como será o seu desenvolvimento, o sistema imunológico conseguirá se proteger de doenças. Difícil imaginar que o baixo peso infantil pode estar ligado a futuras doenças crônicas, como a hipertensão, por exemplo.

    De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo, existe um ciclo hereditário que aumentaria as chances da criança que nasce com baixo peso infantil de desenvolver problemas crônicos. Segundo a professora Ana Escobar, especialista em pediatria do HC e coordenadora da pesquisa, bebês que nascem com menos de 2,5 quilos têm maior probabilidade de sofrer com isso e também de, futuramente, gerar filhos abaixo do peso.

    Para chegar a essa conclusão, o Instituto analisou 141 mães. Dessas, 31 apresentaram problemas de hipertensão durante a gravidez. “O resultado mostrou que 42% das mães que tiveram problemas de hipertensão também haviam nascido com baixo peso. “Seus filhos também terão maior chance de nascerem magros e de serem hipertensos quando adultos, completando o ciclo”, diz a especialista.

    O aleitamento materno pode ajudar muito nessa situação, mas na maioria das vezes, os bebês que mais precisam do leite materno não conseguem ser amamentados infelizmente. Para fechar a pesquisa, foram analisadas 1600 crianças. Dessas, 11,2% nasceram com baixo peso e 34% delas não puderam mamar no peito por que estavam em incubadoras ou por outros problemas intrauterinos.

    A situação é bem diferente entre os bebês que nasceram com peso normal. Apenas 4% não foram amamentados “Quem mais precisa é quem fica sem”, diz a pediatra.