Cirurgia de reabilitação já é paga pelo SUS 14/09/2010 - 09:50

Lucas Emanuel Preto tem 1 ano e 9 meses de idade e há sete fez o im­­plante coclear. No consultório da fonoaudióloga Denise Ienk, ele in­­terage com o ambiente e balbucia pequenas palavras. O entendimento de mundo que Lucas tem hoje é comemorado pelos pais Alessandra e José Carlos Preto, que descobriram no primeiro mês de vida de Lucas que ele tinha deficiência auditiva ao fazer o teste da orelhinha. O garoto não fazia parte do grupo de risco, mas sim da estatística de que a cada mil bebês nascidos vivos, de um a três são surdos. Como o Paraná só foi credenciado no último dia 18 pelo Sistema Úni­­co de Saúde (SUS) para realizar a cirurgia de ouvido biônico, todo o procedimento teve de ser feito em Campinas, interior de São Paulo.

A portaria do Ministério da Saúde incluiu o Hospital Pequeno Príncipe e o Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no procedimento, o que é uma esperança para pais que têm filhos com deficiência auditiva severa. O superintendente de Ges­­tão de Sistema em Saúde da Se­­cretaria Estadual de Saúde, Irvan­­do Carulla, lembra que até então o procedimento era realizado apenas para pacientes particulares e de convênio.

“Não adianta nada chegar para a família e dizer: teu filho é surdo. Você tem de garantir toda a infraestrutura de tratamento”, lembra o otorrinolaringologista pediatra do Hospital Pequeno Príncipe, Lauro João Lobo Alcântara. Os centros de atendimento a deficientes auditivos na rede pública estão concentrados nas cidades de mé­­dio e grande porte. Hoje são 19 centros, sendo oito especializados em crianças.

Em Foz do Iguaçu, onde o teste é universalizado, com atendimento médio de 500 bebês por mês, o encaminhamento é feito somente até a colocação de próteses. “Em nosso programa, o atendimento possibilita até o momento da protetização, sendo depois encaminhado para intervenção cirúrgica em outros centros como Curitiba e São Paulo”, explica a fonoaudióloga Carolina Funchal de Faria.

Conforme Lauro Alcântara, se a surdez for diagnosticada antes dos três meses e o tratamento se iniciar em até seis meses de idade, as chances de reabilitação são maiores. O pequeno Lucas é um exemplo. Ele fala algumas palavras e entende o significado de algumas coisas. A fonoaudióloga Denise lembra que a criança cuja surdez é identificada de forma precoce e tem o tratamento iniciado o mais rapidamente possível tem uma audição semelhante à de uma criança normal.

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