Colesterol em crianças: Inimigo silencioso 17/07/2010 - 07:00
Fazer testes de sangue para avaliar o nível do colesterol em crianças pequenas não era uma prática comum nos consultórios há dez anos. Hoje, os médicos acreditam que cerca de 30% das crianças brasileiras tenham esse problema – não existe estimativa do Ministério da Saúde.
Um novo estudo, realizado pela West Virginia University, nos Estados Unidos, reforça a importância de todas as crianças, independente de histórico familiar da doença, terem os níveis de colesterol avaliados e, se necessário, medicadas o quanto antes. Um dos resultados da pesquisa mostrou que mais de 1% de todas as crianças da quinta série (com idade entre 10 e 11 anos) apresentaram colesterol alto e 1/3 dessas não tinham parentes com o problema.
A alimentação inadequada, a falta de atividade física e a genética são os responsáveis por esse desequilíbrio. Um estudo realizado em Pernambuco com 414 crianças mostrou que 30% delas tinham o diagnóstico – e apenas 4% estavam acima do peso. “Isso é o que mais assusta os pais: como meu filho é magro, está bem disposto e tem colesterol alto?”, diz Yeda Jatene, cardiologista do Hospital do Coração (SP) e uma das maiores especialistas no Brasil.
Mudança de hábito
Melhorar a alimentação da criança é a primeira fase do tratamento – e também da prevenção. Essa mudança, associada à prática de exercícios, ajuda a reduzir o colesterol ruim, o LDL. Saem carnes vermelhas gordurosas, derivados de leite (em especial os integrais), bolacha recheada, sorvete de massa, frituras e embutidos. Entram azeite de oliva, cereais, leite desnatado, frutas, verduras e legumes.
Outro diagnóstico comum na infância é o HDL, o colesterol bom, abaixo do esperado. Ele é importante porque recolhe do sangue as sobras de colesterol, fazendo que não seja depositado nas nossas artérias; ajuda na formação da membrana celular e é base para formação de hormônios sexuais. Essa alteração acontece porque as crianças hoje são mais sedentárias.
O ideal é que seu filho faça atividade física todos os dias por pelo menos 50 minutos. Parece muito, mas pense como o tempo passa rápido quando ele está em uma partida de futebol. Se na sua casa não tem espaço, leve seu filho para andar de bicicleta ou inscreva-o em esportes que ele goste. O ideal não é fazer uma atividade intensa, mas, sim, prolongada.