Descontrole emocional 13/04/2011 - 08:30
Desde muito pequena Gabriela, 6 anos, não consegue parar de roer as unhas. Basta a mãe Ana Paula Klingelfus descuidar, que a menina logo coloca a mão na boca. “A Gabi sempre foi ansiosa, mas, no começo deste ano, o nervosismo chegou ao auge”, diz. Isso porque ela começou a frequentar a escola, bateu a insegurança e as consequências logo apareceram: chorava mais do que de costume, dormia e comia mal e passou a se recusar a ir às aulas. “Só agora, depois de dois meses, que ela começou a se adaptar e tudo está melhorando”, conta a mãe Ana Paula.
Casos como o de Gabriela são muito comuns, principalmente com crianças de até 7 anos, mas os especialistas alertam: ansiedade descontrolada pode ser uma bomba para a saúde dos pequenos. O neurologista infantil e de adolescentes Antonio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe, lembra que, como a criança tem dificuldades para explicar essa sensação de preocupação, geralmente somatiza o medo. E isso, aos poucos, causa problemas sérios como alergias de pele, estresse e gastrite.
“A ansiedade também facilita a deposição de gordura nas artérias, aumentando as possibilidades, a longo prazo, de ela ter problemas cardiovasculares”, afirma Farias. Se não tratado, o caso ainda pode progredir para formas mais sérias, como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Síndrome do Pânico.
O ideal, entretanto, é que os pais observem a criança por cerca de seis meses antes de chegar a qualquer conclusão, segundo a psicóloga infanto-juvenil e conselheira do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) Karin Bruckheimer. Também é bom ficar atento para não confundir a ansiedade com outros problemas, como disfunções hormonais.
“Às vezes a criança não quer ir à escola simplesmente em decorrência de um problema de visão ou de audição e fica frustrada porque não entende o que a professora fala ou escreve”, explica Farias. Por isso, ao mínimo sinal, os pais devem procurar um médico pediatra que faça exames detalhados. “Caso sejam descartadas as causas físicas, então partimos para a investigação dos motivos psicológicos”, comenta Karin.
Nervosismo
A psicóloga explica que a ansiedade é um sentimento comum entre os seres humanos e é importante para que possamos estar sempre atentos às situações e desempenhar atividades com qualidade. O problema é quando o nervosismo é tão exagerado que o friozinho na barriga, às vésperas de uma prova ou de uma competição esportiva, se torna um pesadelo.
É natural, por exemplo, que a criança fique nervosa ao saber que vai ganhar um irmãozinho, quando precisa enfrentar uma mudança ou ir ao primeiro dia de aula na escola, por ter de lidar com situações diferentes do habitual. “Mas passa dos limites quando isso afeta a ponto de o medo a impedir de ter uma vida normal”, completa Farias.
A criança tem 50% mais chances de ser ansiosa se um dos pais apresentar essa característica de maneira acentuada. Os especialistas dizem que o principal fator é a boa convivência. “Os pais são referência, por isso para a criança tudo o que eles fazem é exemplo do que é correto”, explica o neurologista infantil e de adolescentes do Hospital Pequeno Príncipe Antonio Carlos de Farias.
Casos como o de Gabriela são muito comuns, principalmente com crianças de até 7 anos, mas os especialistas alertam: ansiedade descontrolada pode ser uma bomba para a saúde dos pequenos. O neurologista infantil e de adolescentes Antonio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe, lembra que, como a criança tem dificuldades para explicar essa sensação de preocupação, geralmente somatiza o medo. E isso, aos poucos, causa problemas sérios como alergias de pele, estresse e gastrite.
“A ansiedade também facilita a deposição de gordura nas artérias, aumentando as possibilidades, a longo prazo, de ela ter problemas cardiovasculares”, afirma Farias. Se não tratado, o caso ainda pode progredir para formas mais sérias, como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Síndrome do Pânico.
O ideal, entretanto, é que os pais observem a criança por cerca de seis meses antes de chegar a qualquer conclusão, segundo a psicóloga infanto-juvenil e conselheira do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) Karin Bruckheimer. Também é bom ficar atento para não confundir a ansiedade com outros problemas, como disfunções hormonais.
“Às vezes a criança não quer ir à escola simplesmente em decorrência de um problema de visão ou de audição e fica frustrada porque não entende o que a professora fala ou escreve”, explica Farias. Por isso, ao mínimo sinal, os pais devem procurar um médico pediatra que faça exames detalhados. “Caso sejam descartadas as causas físicas, então partimos para a investigação dos motivos psicológicos”, comenta Karin.
Nervosismo
A psicóloga explica que a ansiedade é um sentimento comum entre os seres humanos e é importante para que possamos estar sempre atentos às situações e desempenhar atividades com qualidade. O problema é quando o nervosismo é tão exagerado que o friozinho na barriga, às vésperas de uma prova ou de uma competição esportiva, se torna um pesadelo.
É natural, por exemplo, que a criança fique nervosa ao saber que vai ganhar um irmãozinho, quando precisa enfrentar uma mudança ou ir ao primeiro dia de aula na escola, por ter de lidar com situações diferentes do habitual. “Mas passa dos limites quando isso afeta a ponto de o medo a impedir de ter uma vida normal”, completa Farias.
Sinais
A ansiedade exagerada apresenta alguns sintomas, então desconfie se a criança:
- Tem alterações de sono (dorme demais, não consegue dormir ou alterna essas duas situações);
- Apresenta comportamento alimentar alterado (reduz peso ou engorda drasticamente em pouco tempo);
- Chora demais, é muito sensível, manifesta insegurança além do normal e tem reações exageradas a frustrações;
- É agressiva, costuma se isolar e tem problemas de relacionamento com adultos e outras crianças, inclusive pais e irmãos;
- Reclama frequentemente de dor de cabeça, dor de barriga, diarreia e enjoo.
Solução
Veja algumas dicas de como amenizar a ansiedade:
- Dedique um tempo exclusivo para a criança. Converse, pergunte como foi a escola, brinque e mostre que ela é amada;
- Se a criança vai ter uma prova na escola, uma viagem ou uma competição que a deixe muito nervosa, converse com ela, tente distraí-la com outras coisas e tire o foco desse acontecimento;
- Não use recursos como pressão, cobranças exageradas e ameaças.
- Invista em atividades físicas e culturais, mas fique atento: fazer aulas de natação, futebol, dança, teatro ou participar de um grupo de escotismo é excelente para crianças com propensão à ansiedade, mas devem ser momentos para ela relaxar, se distrair e extravasar a energia. Se o pai a obriga a fazer essas atividades ou faz disso pura cobrança, o efeito é ainda pior;
- Dê o exemplo e evite demonstrar ansiedade em excesso na frente da criança.
A ansiedade exagerada apresenta alguns sintomas, então desconfie se a criança:
- Tem alterações de sono (dorme demais, não consegue dormir ou alterna essas duas situações);
- Apresenta comportamento alimentar alterado (reduz peso ou engorda drasticamente em pouco tempo);
- Chora demais, é muito sensível, manifesta insegurança além do normal e tem reações exageradas a frustrações;
- É agressiva, costuma se isolar e tem problemas de relacionamento com adultos e outras crianças, inclusive pais e irmãos;
- Reclama frequentemente de dor de cabeça, dor de barriga, diarreia e enjoo.
Solução
Veja algumas dicas de como amenizar a ansiedade:
- Dedique um tempo exclusivo para a criança. Converse, pergunte como foi a escola, brinque e mostre que ela é amada;
- Se a criança vai ter uma prova na escola, uma viagem ou uma competição que a deixe muito nervosa, converse com ela, tente distraí-la com outras coisas e tire o foco desse acontecimento;
- Não use recursos como pressão, cobranças exageradas e ameaças.
- Invista em atividades físicas e culturais, mas fique atento: fazer aulas de natação, futebol, dança, teatro ou participar de um grupo de escotismo é excelente para crianças com propensão à ansiedade, mas devem ser momentos para ela relaxar, se distrair e extravasar a energia. Se o pai a obriga a fazer essas atividades ou faz disso pura cobrança, o efeito é ainda pior;
- Dê o exemplo e evite demonstrar ansiedade em excesso na frente da criança.
A criança tem 50% mais chances de ser ansiosa se um dos pais apresentar essa característica de maneira acentuada. Os especialistas dizem que o principal fator é a boa convivência. “Os pais são referência, por isso para a criança tudo o que eles fazem é exemplo do que é correto”, explica o neurologista infantil e de adolescentes do Hospital Pequeno Príncipe Antonio Carlos de Farias.