Distúrbios do sono podem se alongar pela primeira infância 10/01/2012 - 08:00

Seu bebê já cresceu e ainda tem problemas para dormir? Ele não é o único. Uma recente pesquisa do Cincinnati Children's Hospital Medical Center, em Ohio, nos Estados Unidos, mostrou que os distúrbios do sono tendem a aparecer nos primeiros seis meses da criança e, infelizmente, podem levar anos para desaparecer. A conclusão é resultado de entrevistas com 359 mães, que responderam a formulários quando os filhos estavam com seis meses, um, dois e três anos de idade. As respostas revelaram que 20 a 35% das crianças que apresentaram distúrbios do sono no inicio da pesquisa continuaram com problemas no decorrer dos outros anos. Enquanto somente 6 a 8% dos pequenos apresentaram problemas após esse período.

Para Stella Tavares, médica responsável pelo setor de Neurofisiologia Clínica do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, grande parte dos distúrbios persistem pela falta de limite dos pais. "A criança precisa de horário para dormir e acordar. Faz parte do sistema biológico dela. Mas para isso é necessário que os pais tenham muita disciplina", afirma a especialista. E uma boa dose de paciência, claro.

Entre os distúrbios, o mais relatados foram o sono agitado, pesadelos e a falta de sono. Mas não se desespere! Veja a seguir algumas dicas que podem ajudá-la a acabar com o drama da hora de dormir na sua casa.


Dicas para o bebê dormir bem

Estabeleça uma rotina. Isso ajudará a criança a entender quando é chegada a hora de dormir. Você pode criar pequenos rituais antes de levá-la para cama, como um banho quente e a troca da roupa normal pelo pijama.

Leve a criança sonolenta, mas ainda acordada para a cama. Assim caso ela acorde durante a noite, não ficará assustada por estar em um lugar diferente do qual estava quando adormeceu.

Caso a criança acorde durante a noite, faça o possível para não pegá-la no colo. Verifique se está tudo certo com a fralda e se a respiração está fluída, mas permaneça ao lado da cama. É difícil, concordamos, mas isso só vai reforçar o hábito dela de acordar na madrugada.

Ronco também é problema de criança

Os especialistas alertam para um fator que não foi considerado um problema pelas mães: o ronco. De 12 a 20% das crianças que participaram do estudo roncavam durante a noite. O ruído pode ter diversas origens, mas também é um forte indício de apneia do sono, doença que consiste na interrupção da respiração por alguns segundos em diversos momentos durante a noite. Além de interferir na qualidade do sono, a apneia está relacionada ao aumento do risco de pressão alta, doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes.

Por isso é importante se identificar o problema e procurar a orientação de um especialista. A médica Stella Tavares alerta, entretanto, para a diferença dos sintomas da apneia entre adultos e crianças. "Enquanto o adulto que sofre da doença tende a ficar sonolento, na criança o distúrbio pode provocar agitação e hiperatividade", explica.

Assim, se a criança respira pela boca, tem a respiração ruidosa ou parece cansada durante o dia, os pais devem relatar isso ao pediatra. "A apneia precisa ser tratada pois ela pode trazer problemas cognitivos e reduzir o rendimento da criança", afirma a médica.

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