Novo método para determinar o risco de doenças em prematuros 30/09/2010 - 09:51

Pesquisadores americanos criaram uma forma mais precisa e não-invasiva de prever problemas de saúde em prematuros.

Descobrir um problema de saúde muito antes de apresentar sintomas é a maneira mais segura de prevenir doenças, principalmente no caso de bebês prematuros. Os cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos desenvolveram um sistema inovador de pontuação de probabilidade que promete facilitar o diagnóstico e o tratamento de doenças nesses casos.

Chamado de PhysiScore, o método leva em conta a idade gestacional e o peso ao nascer, além de dados rotineiramente coletados em tempo real nas unidades de terapia intensiva neo-natais, como a frequência cardíaca e respiratória. E o melhor: o procedimento não é invasivo. O exame superou também a versão eletrônica do índice de Apgar, verificação feita logo após o nascimento e utilizado há mais de um século como padrão de avaliação do bem-estar físico de um bebê. Isso porque leva em conta mais detalhes do estado geral da criança.

No desenvolvimento do novo sistema, os pesquisadores estudaram 138 crianças atendidas na unidade de terapia intensiva neonatal do Hospital Packard Children's, nos Estados Unidos, entre março de 2008 e março de 2009. Todos os bebês nasceram com, no máximo, 34 semanas de gestação e pesavam menos de 2 kg. Nenhum deles tinha más-formações congênitas, mas todos sofreram complicações, como dificuldade para respirar.

”O PhysiScore revelou-se particularmente preciso em predizer o risco de doenças em subgrupos de crianças que tiveram infecções intestinais e complicações cardiopulmonares”, disse Anna Penn, professora de pediatria da Faculdade de Medicina e co-autora da pesquisa.

Os autores do estudo prevêem que o índice de PhisiScore do bebê seja exibido nos monitores da incubadora com outras medidas. "Isso é barato e viável", explicou Suchi Saria, estudante de pós-graduação que chefiou a pesquisa como parte de sua tese de doutorado em ciência da computação. "Os monitores já existem, só falta configurar um novo software para mostrar esse novo número."

O sistema PhysiScore ainda deve passar por mais testes antes de ser liberado para uso comercial. Penn disse que os investigadores esperam validar a nova ferramenta em um grupo maior de bebês prematuros, e estudar como ela influencia a tomada de decisão médica. "Ao mesmo tempo, podemos tentar aplicar nossos métodos para outros grupos de pacientes, como as crianças em fase pós-operatória para determinar se há riscos de complicações durante a recuperação", disse ela

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