Paraná tem um dos melhores desempenhos do país no controle da Hanseníase 25/09/2013 - 15:03

Hanseníase

Relatório do Ministério da Saúde aponta que o Paraná tem alcançado os melhores resultados do país em relação ao controle da hanseníase. Os dados mostram que o Paraná foi um dos sete estados que conseguiu eliminar a doença como um problema de saúde pública e agora intensificará as ações para melhorar a assistência aos pacientes.

O superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, explica que o Estado atingiu esse patamar porque reduziu consideravelmente o número de casos novos nos últimos anos. Apesar disso, a doença ainda circula no estado e por isso não pode ser considerada totalmente erradicada. “Podemos dizer que a hanseníase está sob controle, mas ainda há muito que se fazer nesta área”, disse.

Esses resultados são fruto da melhoria na vigilância e acompanhamento dos casos, que diminuem os riscos de novas infecções. Como a hanseníase é transmitida através do contato com pessoas doentes, na forma clínica bacilífera e sem tratamento, o risco de transmissão é sempre maior entre familiares e outras pessoas próximas ao paciente.

A investigação dos casos e a busca ativa de pessoas que possam ter contato com os doentes são alguns dos diferenciais do programa de controle da hanseníase no Paraná. Segundo o relatório, 91,9 % das pessoas com potencial risco de infecção também são acompanhados pelos serviços de saúde. O índice é o melhor do Brasil.

CIRURGIAS – Além disso, desde o ano passado, o Paraná garante atendimento integral aos doentes, inclusive oferecendo tratamento reabilitativo para quem ficou com sequelas em decorrência da doença.

Um dos sintomas da hanseníase é a perda de sensibilidade da pele. Isso faz com que o doente tenha lesões nos pés, por exemplo, e não sinta dor alguma.
Com o decorrer do tempo, essas lesões podem se agravar, podendo até ocasionar infecções graves e amputações.

Outro problema recorrente em pacientes com hanseníase é a atrofia de membros, também chamado de mãos e pés em garra. Em alguns casos, apenas a cirurgia reabilitativa pode recuperar a movimentação dos membros.

A coordenadora do programa estadual de controle da Hanseníase, Nivera Stremel, afirma que retomada das cirurgias reabilitativas demonstra o respeito com que o Governo do Estado trata esses doentes que ainda sofrem com o preconceito da época da lepra. “A doença mudou de nome, mas as sequelas físicas e psicológicas ainda ficaram. Com as cirurgias, podemos dar mais dignidade e autonomia a esses pacientes”, explica.

No Paraná, as cirurgias são realizadas pelo Sistema Único de Saúde no Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, em Curitiba, e na Santa Casa de Cambé, na região norte do Estado.

DIAGNÓSTICO – As sequelas da hanseníase são comuns em casos que tiveram diagnóstico tardio. Estes casos geralmente são detectados quando o paciente já tem algum tipo de incapacidade física. Neste quesito, o Paraná também teve avanços importantes de acordo com o Ministério da Saúde.

Em cinco anos, o Estado reduziu em 33% a taxa de incidência de casos de pacientes com incapacidade grau 2, considerada grave pelas autoridades de saúde. O desempenho é o melhor do sul do país.

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