Preparação psicológica de pacientes cirúrgicos através de brincadeiras diminui o medo e a ansiedade das crianças 11/01/2016 - 06:30

Paciente

Enfrentar um procedimento cirúrgico é uma situação estressante para qualquer pessoa e, quando a intervenção precisa ser realizada em crianças, o processo se torna mais delicado. Nem sempre os pequenos conseguem entender e assimilar por que precisam passar por aquela situação e ficam ansiosos, tristes e com medo do que pode acontecer. Para minimizar estas sensações, a preparação psicológica das crianças através do brincar é uma ferramenta importante que auxilia no preparo do paciente para que ele enfrente a cirurgia de uma forma mais tranquila.

No Hospital Infantil é realizado pelo Serviço de Psicologia um trabalho de intervenção com crianças em situação pré-cirúrgica. São propostas atividades lúdicas utilizando brinquedos semelhantes aos instrumentos encontrados no centro cirúrgico. No início da manhã, a estagiária de psicologia Daniela Schmidt Da Nova Alves visita os pacientes que aguardam a cirurgia e faz o convite para que eles e seus acompanhantes participem das atividades que são realizadas na brinquedoteca. “A ideia é possibilitar que a criança expresse através das brincadeiras seus sentimentos e fantasias relacionados à hospitalização e ao procedimento cirúrgico. Eles escolhem um brinquedo e espontaneamente vão fazendo perguntas sobre a cirurgia”, conta.

Durante as brincadeiras as crianças vão se familiarizando com o ambiente hospitalar e entendendo o que vai acontecer. É o caso do pequeno Douglas Henrique Huber Souza, de 4 anos, que não queria ficar no hospital e estava apreensivo com a cirurgia. “Ele pedia para ir para casa, mas quando começou a brincar esqueceu que estava em um hospital e ficou mais calmo”, conta a mãe, Kátia Fernanda da Silva.

A psicóloga Juliane Gequelin Rosa explica que a intenção é tranquilizar o paciente e seu acompanhante e, através de uma comunicação clara e objetiva, esclarecer as dúvidas relacionadas ao processo cirúrgico. “Pelo relato da equipe assistencial e dos acompanhantes percebemos que após as atividades, as crianças ficam menos ansiosas e aceitam melhor o procedimento, porque estão preparadas para o que vão encontrar no centro cirúrgico”, destaca.

Josiane de Fátima da Silva Medeiros é mãe da Kauany Gabriely Medeiros Costa, de 06 anos. De acordo com ela, a filha inicialmente estava receosa, mas com as brincadeiras, tranquilizou-se. “É importante este momento porque brincando, ela entendeu como seria a cirurgia e o medo diminuiu”, destaca.

O ato de brincar além de pedagógico é também terapêutico. A psicóloga Maíra Bernardino Travagin destaca que quando estão brincando as crianças podem elaborar emocionalmente as vivências da hospitalização. “Além de humanizar o atendimento oferecido, o trabalho desenvolvido diminui a ansiedade e favorece o relacionamento do paciente com a equipe assistencial”, reforça.

Durante a brincadeira, a paciente Kaylane Caroline da Silva, de 06 anos esqueceu inclusive que estava com fome. “Este trabalho é importante porque ela esqueceu até do jejum quando começou a brincar. Com as orientações, ela ficou mais confiante para a cirurgia”, explica a mãe.

Raquel Pioli, coordenadora do Centro Cirúrgico e da enfermaria cirúrgica destaca que o trabalho desenvolvido pela psicologia é fundamental, porque antes, as crianças chegavam ansiosas, sem informações sobre o que iria acontecer e ficavam apavoradas. “A sala de cirurgia é um ambiente hostil e os profissionais usam roupas estranhas, máscaras, toucas e alguns pacientes ficam assustados. Este trabalho se soma às ações de humanização que são realizadas no Centro Cirúrgico e o resultado é maravilhoso”, conclui.

Últimas Notícias