Problemas familiares e abandono fazem com que o crack avance entre as crianças
20/07/2010 - 10:50

Problemas familiares e abandono fazem com que o crack avance entre as crianças. Centros de Atenção Psicossocial de Curitiba têm 67 pacientes em tratamento.
 
Os dados são escassos e os números do estado, ainda mais raros, porque os registros de atendimento são municipalizados. Mas um levantamento inédito de fichas, feito pela coordenadoria de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba a pedido da reportagem da Gazeta do Povo, dá uma ideia da ameaça que o crack representa para a infância. 

Na 1.ª Vara de Infância e Juventude de Curitiba, 60% dos casos de acolhimento institucional de crianças se deve ao uso de crack pelos pais. Nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da capital há 67 pacientes com idade entre 11 e 15 anos em tratamento por causa da pedra – neste ano, um enquadrado na faixa de 8 a 10 anos deu entrada. 

No Paraná, o único recorte possível é o dos 168 leitos psiquiátricos reservados ao internamento de meninos (90) e meninas (78). Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), esses leitos são usados, em sua maioria, por adolescentes de 15 a 17 anos com dependência do crack. Um perfil mais apurado da ala psiquiátrica do Hospital Universitário do Oeste do Paraná, em Cascavel, que possui 17 leitos, indica que, ao menos, 11 pacientes entre 10 e 12 anos passaram pela instituição neste ano – entre março de 2007 e março de 2009 foram nove nessa faixa etária. 

O levantamento, feito pelo enfermeiro da ala Sérgio de Arruda Dias, a acadêmica de Enfermagem da Unioeste Ângela Gonçalves da Silva e a professora da universidade Nelsi Salete Tonini, apontou o crack como o motivo mais frequente de internação, seguido da maconha. 

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