Projeto Humanizarte estimula o processo criativo e auxilia no resgate da autoestima 15/01/2013 - 15:30

Para tornar a rotina das mães ou familiares que acompanham o tratamento de uma criança no Hospital Infantil Waldemar Monastier mais agradável foi criado o grupo de apoio Humanizarte que busca criar ações que ajudem a controlar a ansiedade e a aproveitar o tempo livre durante o período que estão no hospital.

A psicóloga e coordenadora do projeto Joseane Valomi conta que inicialmente as mães dos pacientes da UTI neonatal se reúnem nas segundas-feiras, para um trabalho psicológico e sigiloso, onde através de cartas escritas para os bebês, e da troca de experiência entre as mães, elas conseguem expressar suas dores, aflições, e perceber que o tratamento é fundamental para a recuperação do bebê. Já nas terças e nas quintas-feiras, todas as mães e acompanhantes se reúnem para o desenvolvimento de oficinas de trabalhos manuais. “Através destes trabalhos as mães conseguem projetar seus sentimentos de forma concreta, e o trabalho pode ter continuidade nos momentos em que ela não está com a criança. A arteterapia é uma forma de diminuir a ansiedade e conseqüentemente contribuir para que a mãe esteja bem para cuidar de seu bebê”, explica.

Outro objetivo das oficinas é fazer com que o desejo da recuperação da criança, da possibilidade da alta, se manifeste através dos objetos produzidos. “Se a mãe faz uma touquinha de crochê pensando em usar no bebê quando ele sair de alta, está sentindo e projetando a melhora, e conseqüentemente visualizando que o bebê irá para casa e irá usar a touquinha”, diz Joseane.

O Humanizarte utiliza diferentes ferramentas de expressões artísticas que propiciam um contato com o universo imaginário e simbólico. Com a ajuda de uma instrutora do Provapar (Programa do Voluntariado Paranaense) e da estagiária de pedagogia Andréa Carlesso, as mães e acompanhantes participam de oficinas terapêuticas de crochê, tricô, bordado, pintura, entre outras. Josélia Capelin de Lara, que acompanha sua filha no HI conta que o trabalho do Humanizarte ajuda muito a enfrentar o tratamento. “A oficina de trabalho manual é uma excelente oportunidade de aprendizado e também é um momento de distração no meio do tratamento”, conta.

Angélica Ferreira de Almeida acompanha há 10 meses o tratamento da filha Sandra Yasmim de Almeida no HI. Ela participa das oficinas e diz que este trabalho é fundamental para as mães. “Quem passa 24 horas dentro do hospital precisa de atividades que ajudem a diminuir e estresse. Este trabalho tem sido um grande benefício”.

Humanizarte
Joseane Valomi e Angélica Almeida

A arteterapia estimula o processo criativo e auxilia no resgate da autoestima. Outro fator importante é que durante as atividades são trabalhadas questões como a aceitação do tratamento e a confiança na equipe médica. A administradora do HI Luciana Moreira Cogo explica que o Humanizarte faz parte de uma série de ações de humanização desenvolvidas pela instituição para tornar a permanência de crianças e de seus acompanhantes no hospital mais tranqüila e agradável. “Nossa ideia é fazer com que o tratamento não seja marcado por dor e sofrimento, mas sim, por momentos de alegria e superação”, explica.

Joseane Valomi, conta que os resultados conquistados com o Humanizarte são ótimos. “É gratificante perceber a alegria destas mães e dos acompanhantes durante as oficinas. É um momento onde as dificuldades são esquecidas e dão lugar ao sentimento de que é possível criar, de que elas são capazes”, conclui.

Humanizarte
Integrantes do grupo de apoio Humanizarte com as mães



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