Sono da criança: genética pode ser responsável por problemas na hora de dormir 11/04/2011 - 08:18

Se você já pensou em tudo o que pode atrapalhar o descanso do seu filho, saiba que a genética também tem o seu papel de vilã nesta situação. Estudo realizado em Londres sugere que os genes exercem uma influência nos problemas de sono e, consequentemente, no desenvolvimento de depressão no futuro.

A análise foi feita com 300 pares de gêmeos nascidos na Inglaterra e no País de Gales entre 1994 e 1996 por meio de respostas dos pais a questionários. Desses, 247 pares apresentaram aos 7 anos alto nível de ansiedade. Aos 8 e aos 10 anos foram verificados problemas de sono e sintomas de depressão.

Para a principal autora da pesquisa, Alice M. Gregory, do departamento de Psicologia do Goldsmiths College, em Londres, o resultado do estudo mostra ainda como a relação entre os problemas de sono e depressão muda em diferentes etapas da vida. A recente avaliação revelou que aos 10 anos a genética é menos importante nesta associação perto dos fatores ambientais. “Isso porque nessa faixa etária as experiências emocionais são mais fortes, diferente de quando a criança tem 1 ou 2 anos, por exemplo, e não capta de maneira tão clara o que acontece ao seu redor”, diz Maria Amparo Martinez Descalzo, pediatra do Hospital Santa Catarina (SP).

Segundo a especialista, esse é mais um alerta para os pais observarem a qualidade do sono do seu filho. “A depressão ocorre porque a criança não consegue descansar de maneira adequada, fazendo com que fique mal-humorada, ansiosa, irritada, tímida e com déficit de atenção”, diz. E não é só isso. Quando a criança é pequena, se não dormir a quantidade de horas necessária para a sua idade, ela tende a ficar mais doente, porque, para o fortalecimento do sistema imunológico, é preciso que os hormônios sejam liberados harmonicamente enquanto ela dorme.

Novamente vale a velha regra de estabelecer horários para o momento do sono. “Quanto mais cedo os pais adotarem uma rotina para a criança, melhor. Essa atitude faz com que ela seja mais calma e um adolescente mais tranquilo também”, finaliza Amparo.

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